segunda-feira, 6 de abril de 2009

Desde muito pequena sempre quis me conhecer totalmente, eu ficava me olhando no espelho e pensava: essa menina que está sendo refletida sou eu, mas quando eu falo, me relaciono com as pessoas, eu pareço ser tão diferente, eu faço uma imagem de mim que não é mesma que vejoquando olho para o espelho. Como será que as pessoas me vêem? Será que elas me enxergam da maneira como eu me enxergo?
Essas questões são tão complexas que falar sobre elas gera um pouco de angústia, é dificil falar sobre o que não se sabe, não há muito o que fazer a não ser elaborar hipóteses, idéias. Mas eu acredito que cada um de nós se vê e vê aos outros de maneira diferente, porque a visão é um sentido e com ela vem os senimentos que podem distorcer as imagens.
Por falar nesses sentimentos, o coisinha complicada né? Por que será que a gente só dá valor para as coisas depois que perde? Por que será que nós somos capazes de agir sem pensar se somos seres pensantes? Por que muitas vezes vem uma alegria submita que não conseguimos explicar ou uma tristeza tamanha que só conseguimos chorar?
Eu queria ter o poder de ler a mente das pessoas, acho que por isso psicologia me intriga tanto, por mais que só saiba o que o paciente diz, na faculdade também aprendemos a analisar a maneira como a pessoa olha, como esfrega uma mão na outra, como treme os pés, tudo isso, junto com o discurso que se é falado nos dá margem para uma interpretação do que ela está realmente sentindo.
Mas e quando nem nós sabemos o que estamos sentindo?
Esses dias estão sendo instáveis demais, estou com uma sensação de solidão. É engraçado eu ser capaz de escrever isso aqui, sendo que sempre faço uma postura de forte e segura, mas quem me conhece de verdade sabe que não é bem assim.
A vida em São Paulo é bastante complexa, ao mesmo tempo que eu sou livre para beber todos os dias até as 8 da manhã, ir quando quiser para a faculdade e comer porcaria todos os dias, eu sinto falta daquele controle, daquela hora para chegar, das ligações preocupadas, das imposições, dos horários para acordar. Sinto falta de carinho mesmo, mas não do carinho de um amigo, de um carinho diferente, aquele mais materno, paterno, que você sabe que a pessoa é capaz de dar a própria vida por você.
Como Freud mesmo formula, o complexo de édipo parece ditar minha vida, eu nunca consegui sobreviver em um namoro que eu fosse totalmente livre, meu último namoro que durou 2 anos entre idas e vindas chegou a morar comigo por um tempo, a dividir comigo tudo, a cuidar de mim como se fosse meu pai, a controlar meus horários, meus atos e isso, por mais que eu dissesse que fazia mal era o que mantinha o relacionamento vivo, eu ser considerada como um nenê que precisa de cuidados, de atenção, de mimos fazia com que eu me sentisse protegida, quando a pessoa dava provas de que nunca deixaria com que nada de mal me atingisse era como se eu tivesse achado aquilo que eu procurava. Até vir meu lado humano insconstante que nunca está satisfeito com nada e jogar tudo isso pro alto.
Mas como pode eu ter que esperar isso de alguém? Isso tem que partir de mim, eu tenho que me sentir segura comigo mesma, só eu sou capaz de determinar o que eu quero ou não fazer, o que e posso ou não fazer, já tenho 21 anos e se eu não souber o que faz bem ou mal para mim ninguém mais saberá.
Mas é dificil! Está sendo dificil!
Mas como nada nessa vida acontece por acaso, de tudo temos que tirar algum aprendizado e hoje, depois de muito chorar e pensar sobre a vida, aqui nesse apartamento vazio onde só escuto um barulho do metrô e sinto um frio nos pés, cheguei a conclusão de que eu sou caaz de passar por tudo isso, de superar tudo isso. Eu sempre fui tão forte, para mim sempre foi tão dificil assumir minhas fraquezas, meus medos, que nesse momento, ficar sozinha está me fazendo bem, e talvez seja a melhor coisa eu posso esperar de mim mesma.
Por hoje é só.

2 comentários:

  1. coco, é muito bom ver que apesar de toda a avalanche de problemas na qual você ta, você ainda se enxerga como eu te enxergo... forte.
    é aquela coisa que a gente sempre fala, vai doer, mas vai doer cada dia menos, ate que uma hora você vai perceber que tem certos males que acabam vindo pra bem.
    adorei seu texto. colocar pra fora faz um bem as vezes viu.
    beijoca

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  2. Paulinhaaa minha maninha...
    Acredite, te enxergo como umas pessoa amada, imensuravelmente (rsrsrs) querida por todas... amei o texto... e que texto!
    espero ver mais... mto mais!
    beijos meu anjooo te amo mto mto mto!

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